Mapa Mundi
Antunes Ferreira
Biblioteca do Convento de Mafra |
E m Portugal a existência
de bibliotecas reparte-se por muitos lugares. Tome-se por exemplo a biblioteca
de Mafra, a
biblioteca Nacional em Lisboa, a biblioteca da Inglaterra e outras
espalhadas pelo país, o que acontece também Espanha,
França, Reino Unido e uns bons
milhares na Europa;
são mais de 70 mil. Se as fossemos contar com os outros
continentes penso que seriam mais ou menos uns milhões Isto significa a importância que
elas têm
tido ao longo da História da Humanidade. Conheço algumas…
Os livros que elas
encerram vão da escrita cuneiforme até à escrita em papel, Naturalmente na pré-história e
na Idade Média, chegando ao século XXI. Principiei a gostar do tema quando
encontrei uma... namorada que consultava livros e documentos. Na altura tinha eu
17 anos e ela 16
Paixões da juventude que começam Entusiásticas e acabam voando…
Até quando? Quando
somos jovens aleitamos sonhos miríficos pintados de azul, cor do céu. Porém chegados a adultos,
caímos em nós próprios e estamos feitos.
Adoro recuar nos tempos
que já vão, embora não seja saudosista. Há coisas de que nos lembramos; acho
piada recordo acontecimentos que tiveram lugar nas minhas Meninice e
juventude, acho que acontece quando chegamos a velhice que no politicamente correcto é a
Terceira Idade.
Quem teria sido o marmanjo que inventou a expressão? No mínimo deveria ter
sido
pendurado num pelourinho… Uma coisa está certa: as coisas correctas e
as coisas
poeticamente correctas. Ninguém é bom juiz em causa própria.
do Conde a Biblioteca José Régio. Foi um abraço entre Vila do Conde e
Portalegre. Quando visitei
em Seide a
casa-museu do Camilo Castelo Branco. Na biblioteca
do grande escritor que ali está
encontrei a correspondência dele e a Ana Plácido. Foi um drama do autor do Amor
de Perdição.
Por causa da sua vida
atribulada viria a ter sífilis, chegaria
a cego e suicidar-se-ia, Não resisto a
transcrever aqui a carta dele ao famoso ofoftalmologista aveirense, Dr, Edmundo Magalhães
Machado:
Camilo Castelo Branco |
Iillmo. e Exmo.
Sr.,
Sou o cadáver
representante de um nome que teve alguma
reputação gloriosa n’este país durante 40
anos de trabalho. Chamo-
me Camilo Castelo Branco e estou cego. Ainda
há quinze dias podia
ver cingir-se a um dedo das minhas mãos uma flâmula escarlate.
Depois, sobreveio uma forte
oftalmia que me alastrou as córneas e
tarjas sanguíneas. Há poucas horas ouvi ler no
Comércio do Porto o
nome de V. Exa. Senti na alma
uma extraordinária vibração de
esperança. Poderá V. Exa. salvar-me? Se
eu pudesse, se uma quase
paralisia me não tivesse acorrentado a uma cadeira, iria
procurá-lo. Não posso. Mas poderá V.
Exa. dizer-me o que devo esperard’esta irrupção
sanguínea n’uns olhos em que não havia até há
pouco uma gota de sangue? Digne-se
V. Exa. perdoar à infelicidade estas perguntas feitas tão sem
cerimónia por um
homem que não conhece.
Camilo
Castelo Branco
Agora vou contar a antiga
e recente história das
bibliotecas que é marcada por factos de pura resistência
do conhecimento . Ela vem sofrendo ao
longo dos anos a acção do tempo, as guerras,
a e mesmo assim, elas conseguiram sobreviver a todos os ataques.
Na Idade Média por exemplo, as bibliotecas
quase foram extintas, principalmente pela acção de censura católica. Mas,
contraditoriamente, foi-nos mosteiros que elas foram
reservadas em esconderijos, e que elas conseguiram mais uma
vez salvar-se.Na verdade, as bibliotecas são
a metáfora da
Fénix que segundo a tradição egípcia, era uma ave fabulosa que
durava
muitos séculos e quando queimada, renascia das próprias cinzas.
Toda a saga das
bibliotecas antecede a própria história do livro vai encontrar abrigo no momento em que a
humanidade começa a dominar a escrita. As primeiras bibliotecas que se tem notícia são
Tabletes escritas em cuneifome |
chamadas
"minerais", pois os seus acervos eram constituídos
de tabeles de argila: depois vieram as bibliotecas vegetais e
animais, constituídas de rolos de papiros e
pergaminhos.
Essas são as bibliotecas dos babilónios,
assírios, egípcios,
persas e chineses. Mais tarde, com o advento
o papel, fabricado pelos árabes, começam-se a formar as
bibliotecas de papel e, mais tarde, as de
livro propriamente dito.
Até o momento, os
historiadores acreditam que a biblioteca mais antiga seja a biblioteca
de Ebla, encontrada em 1975 na Mesopotâmia cujo acervo
era formado de placas
de argila escritas
em caracteres cuneiformes datados de 2500 anos antes de Cristo. Mas nenhuma foi tão famosa
como a biblioteca de Alexandria, no Egipto. Elateria
de 40 a 60 mil manuscritos em rolos de papiro,
chegando a possuir 700 mil volumes.
A sua fama é atribuída, além à grande quantidade de
documentos, também aos
três grandes incêndios de que foi vítima.
Mas outras bibliotecas
também tiveram grande importância, como as bibliotecas judaicas, em Gaza; a de Hattusa, na
Anatólia e a biblioteca de Pérgamo, que foi incorporada
à de
Alexandria, antes de sua destruição. Os gregos também
possuíam bibliotecas,
mas as mais importantes eram
particulares de filósofos e teratólogos A
partir do século XVI é
que as bibliotecas realmente se transformam, tendo
como característica
a localização acessível, passam a ter carácter intelectual e civil,
democratização
da informação é especializada em diferentes áreas do conhecimento.
Bom. Vamos à estória
que sai em todos os artigos. Em Espanha existe a tradição de ir comprar livros,
aliás como nos países “civilizados”. Por cá usa dizer-se em tom galhofeiro
que de Espanha
não há bom vento, nem
casamento. Realmente os nuestros hermanos não são grandes fãs
dos
portugueses e vice versa. Quase todas as guerras em que entrámos metiam castelhanos
e depois
espanhóis e também todas resultaram em vitórias dos lusos. Em resumo entre vizinhos
fronteiriços há
normalmente grandes arraiais de chapada
Mapa Mundi... de Madrid |
.Quando uma senhora depois
de ter estado numa biblioteca entra numa livraria para comprar
um
livro pede ao empregado como se pode reconhecer que se trata duma espanhola?
Quero comprar
m mapa mundi de Madrid.